Os estudiosos da história da cartografia acreditam que, mesmo antes de o homem tornar-se sedentário, ou seja, quando ele ainda era nômade, já se desenhavam mapas. Provavelmente, essa primitiva cartografia surgiu da necessidade de demarcar os caminhos percorridos por essas tribos nômades. Com a sedentarização, surgiram outras necessidades: mapear estradas, indicar locais onde obter certos produtos e definir os domínios estabelecidos. É nesse quadro que se encaixa o mais antigo mapa conhecido, com mais de 4.500 anos de idade, feito em uma placa de argila, representando uma parte da Mesopotômia.
Com a civilização grega, a cartografia teve um grande desenvolvimento. Foram os gregos que estabeleceram, pela primeira vez, a esfericidade da Terra e introduziram a noção de pólos, Equador e paralelos. Eles desenvolveram a Geodésia, ou seja, a ciência da medição da Terra, medindo a circunferência terrestre e criando o sistema de coordenadas geográficas, que deu maior precisão aos mapas. Com o passar dos séculos, as técnicas cartográficas foram evoluindo. O uso dos mapas, no entanto, só se generalizou após o século XVI, impulsionado pelas Grandes Navegações e pela invenção da imprensa.
Hoje, podemos afirmar que a cartografia não é exatamente uma ciência. Ela é a técnica de criação de mapas, cartas geográficas e cartogramas. Quase sempre os mapas e cartas são construídos com o uso das coordenadas geográficas, ou seja, os paralelos e meridianos, que permitem a localização do local cartografado na superfície terrestre.
O mapa sempre é desenhado a partir de um preciso levantamento do local a ser cartografado. Apresenta uma escala menor que uma carta e, por isso, tem um menor número de detalhes. Normalmente, é usado para representar uma determinada região ou até mesmo o mundo todo, como é o caso dos chamados mapas-múndi.
Quando o mapa representa uma pequena área, como nos casos de uma cidade ou de um município, ele é chamado de carta geográfica. Tem uma escala grande, ou seja, é uma espécie de mapa com detalhes.
O cartograma é uma forma de representação centralizada nas informações que serão objeto de estudo. É geralmente baseado em mapas bastante precisos, nos quais se lançam as informações cujo comportamento espacial queremos conhecer. O interesse maior do cartograma é o conteúdo, ou seja, as informações que ele apresenta sobre uma população, o uso do solo agrícola, a distribuição espacial da indústria, etc.
Os mapas e cartas geográficas têm uma linguagem própria, profundamente ligada à Geografia, com um conjunto de regras bem definidas. Para desenhar um mapa, ou para poder entendê-lo, é necessário conhecer essa língua cartográfica.
Embora ligada intimamente à Geografia, a cartografia não é seu monopólio. Com o desenvolvimento das técnicas de reprodução dos mapas, seu uso se popularizou, disseminando-se de forma muito ampla. Hoje, várias ciências usam a cartografia como técnica de apoio, visando a identificar e a reconhecer melhor seus objetos de estudo. É o caso da História, da Botânica, da Zoologia e da Geologia, por exemplo. Um dos campos mais férteis para o desenvolvimento da cartografia foi o militar, já que,para elaboração de estratégias, o conhecimento do espaço e a localização dos elementos que o compõem são fundamentais.
Fonte: Sistema Anglo de Ensino - adaptado por Janaina Bellotti
